Seguindo nosso especial sobre o Dia do Maquiador, em nosso texto anterior, exploramos a história da origem da maquiagem, desde as antigas civilizações. Passamos pela história da maquiagem no mundo e no Brasil, destacando as práticas ancestrais dos povos indígenas na Amazônia. Neste texto mostraremos os principais marcos do século XX, uma era de transformações radicais na maquiagem, fortemente influenciada pelo cinema, música e mudanças sociais. As celebridades não apenas seguiam tendências, mas as criavam, moldando a maneira como gerações inteiras se maquiavam. Vamos explorar década a década como essas figuras icônicas revolucionaram o mundo da beleza.
De Greta Garbo a Kate Moss: décadas de ícones e revoluções na maquiagem
Os anos 1920 trouxeram uma revolução na maquiagem, refletindo a nova liberdade das mulheres após a Primeira Guerra Mundial. Clara Bow, a "It Girl", popularizou o visual "boca de coração" com lábios em formato de arco do cupido pintados de vermelho-escuro. O batom vermelho tornou-se um símbolo de independência feminina, enquanto olhos esfumaçados em tons escuros e sobrancelhas finas e arqueadas completavam o look ousado da década. A cantora e dançarina Josephine Baker desafiou padrões de beleza com seu estilo exótico e maquiagem dramática.
Na década de 1930, o período de desaceleração econômica conhecido como a Grande Depressão não impediu o avanço do glamour hollywoodiano, que oferecia uma fuga da realidade através da tela prateada. Greta Garbo e Marlene Dietrich foram as que definiram o visual da época. O uso de iluminador para criar maçãs do rosto proeminentes tornou-se popular, enquanto Jean Harlow popularizou o visual "platinum blonde" com sobrancelhas ultrafinas e lábios em formato de arco.
Durante os anos 1940, em plena Segunda Guerra Mundial, a maquiagem tornou-se um símbolo de resiliência e patriotismo. Lauren Bacall exemplificou o visual da época com sua maquiagem clássica e atemporal. O batom vermelho vibrante era considerado um "dever patriótico" para manter o moral alto. Devido à escassez, mulheres usavam beterraba para corar os lábios e fuligem para escurecer as sobrancelhas. Rita Hayworth popularizou o uso de vaselina para dar brilho às pálpebras.
Nos anos 1950, o glamour atingiu seu auge. As tendências incluíam lábios vermelhos volumosos, olhos de gatinho, sobrancelhas grossas e o uso de sombras coloridas e cílios postiços. Marilyn Monroe, Audrey Hepburn e Elizabeth Taylor foram as principais influenciadoras dessas tendências, cada uma contribuindo com seu estilo único para a definição da beleza da época.
A década de 1960 trouxe uma explosão de criatividade e experimentação na maquiagem. A cantora, modelo e atriz Twiggy revolucionou a maquiagem com seus olhos grandes, cílios inferiores pintados e visual minimalista no resto do rosto. No mesmo período, o movimento hippie começou a influenciar um retorno a looks mais naturais e uso de cores terrosas.
Nos anos 1970, viu-se uma divisão entre o natural e o extravagante. O movimento hippie continuou a influenciar um visual mais natural, com pouca maquiagem. A atriz Farrah Fawcett popularizou o bronzeado dourado e o brilho labial. Já o cantor David Bowie, trouxe maquiagem andrógina e experimental para o mainstream.
A década de 1980 foi caracterizada pelo excesso e pela expressão individual ousada. Madonna e Cyndi Lauper eram ícones desta era, usando maquiagem vibrante, blush exagerado e sombras em cores neon. Boy George desafiou normas de gênero com maquiagem elaborada e andrógina. O visual "power dressing" incluía maquiagem forte para complementar os ternos com ombreiras. Sobrancelhas grossas e naturais, popularizadas por Brooke Shields, substituíram as finas dos anos anteriores.
Os anos 1990 testemunharam uma divisão entre o minimalismo grunge e o glamour das supermodelos. A modelo Kate Moss liderou a tendência do "heroin chic" com uma maquiagem minimalista que contrastava com os excessos da década anterior. Batons em tons marrons e neutros tornaram-se populares, exemplificados por celebridades como Jennifer Aniston. Supermodelos como Naomi Campbell e Cindy Crawford mantiveram vivo o glamour com maquiagens sofisticadas para a passarela. Gwen Stefani trouxe de volta o batom vermelho vibrante, frequentemente combinado com pele pálida.
Ao longo do século XX, vimos como a maquiagem evoluiu para um poderoso meio de expressão pessoal e cultural. Cada década trouxe suas próprias inovações e ícones, refletindo as mudanças sociais e culturais da época. As celebridades desempenharam um papel crucial nessa evolução, não apenas seguindo tendências, mas frequentemente as criando e desafiando normas estabelecidas. À medida que entramos no século XXI, o legado dessas figuras icônicas continua a influenciar e inspirar as gerações atuais de maquiadores e entusiastas da beleza.
A BAIMS deixa aqui os parabéns a todos os maquiadores neste mês especial. Reconhecemos não apenas seu talento artístico, mas também seu papel fundamental em fazer as pessoas se sentirem mais bonitas e confiantes. Os maquiadores brasileiros, com sua criatividade característica e compromisso com a diversidade, continuam a inspirar e inovar.
Que o futuro da maquiagem no Brasil continue a ser brilhante, colorido e cheio de possibilidades. Parabéns a todos os maquiadores que, com seus pincéis e sua visão, não apenas embelezam rostos, mas também tocam vidas e expressam a rica diversidade de nosso país.