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A jornada milenar da maquiagem: do antigo Egito às pinturas sagradas da Amazônia

A jornada milenar da maquiagem: do antigo Egito às pinturas sagradas da Amazônia

Em celebração ao Dia do Maquiador, comemorado em 13 de outubro, a BAIMS dedica todo o mês de outubro para contar um pouco da história da maquiagem no mundo e no Brasil. Por meio de uma série de posts em nosso blog, mergulharemos na rica história deste tema, que vai além da beleza: é sobre a arte que transcende o tempo e as culturas. Desde os tempos antigos até a era moderna, a maquiagem tem sido uma poderosa forma de expressão, identidade e até mesmo um símbolo de status social.

Neste texto, vamos realizar uma viagem no tempo para explorar a história da maquiagem e conhecer alguns dos artistas que deixaram sua marca nessa indústria tão colorida e criativa. Prepare-se para uma jornada que vai desde as margens do Nilo até os estúdios de beleza modernos e sustentáveis!

As Origens Ancestrais

A maquiagem não é uma invenção moderna - ela tem sido parte da expressão humana por milênios, mais especificamente por volta de 3.100 a.C. No Antigo Egito, homens e mulheres usavam kohl (ou kajal), que é um tipo de lápis delineador, para delinear os olhos, não apenas por estética, mas também para proteção contra o sol brilhante. Cleópatra, a famosa rainha egípcia, era conhecida por seu delineador marcante e batom vermelho feito a partir do pigmento vermelho extraído das cochonilhas.  

Na antiga Grécia, a maquiagem tinha um significado quase divino. As mulheres gregas buscavam uma aparência que lembrasse as deusas, usando diversos produtos para embelezar-se. Um costume popular era o uso de pó branco no rosto, feito de chumbo, para deixar a pele mais clara. Esta palidez era vista como um sinal de nobreza e status social elevado.

Os romanos, que vieram depois, adotaram muitas dessas práticas de beleza gregas. Em Roma, a maquiagem continuou sendo um símbolo de riqueza e posição social. Um exemplo famoso é Popeia, esposa do imperador Nero. Ela era conhecida por seus cuidados extensivos com a beleza, que incluíam banhos de leite de jumenta e o uso de diversas misturas e cremes para manter a pele jovem e clara.

Já no Japão, a tradição das gueixas trouxe uma abordagem única à maquiagem. O rosto branco como porcelana, lábios vermelhos em formato de botão e olhos delineados eram símbolos de beleza e arte. O "oshiroi", um pó branco feito de arroz, era usado para criar a base perfeita.

Ao longo da história, a maquiagem passou por altos e baixos. Na Idade Média europeia, era frequentemente vista como "pecaminosa". No entanto, o Renascimento trouxe de volta o uso de cosméticos, com a rainha Elizabeth I da Inglaterra estabelecendo a moda do rosto pálido e lábios vermelhos.

Cores da Alma: A Maquiagem Sagrada dos Povos da Amazônia

A maquiagem vai muito além da cultura de beleza ocidental. Na Amazônia brasileira, diversas tribos indígenas utilizam pinturas corporais e faciais como parte integral de sua cultura e identidade, carregando profundos significados espirituais e sociais.

Os Kayapó, por exemplo, utilizam padrões geométricos intrincados feitos com tinta de jenipapo e urucum. Estes desenhos não apenas embelezam, mas também indicam status social, proteção espiritual e conexão com a natureza.

Os Yanomami, uma das maiores tribos indígenas da América do Sul, têm uma relação profunda e complexa com a pintura corporal. Para eles, a maquiagem não é uma parte essencial de sua cosmologia e práticas sociais. Os Yanomami usam uma variedade de pigmentos naturais, incluindo o urucum vermelho e o carvão preto, para criar designs elaborados em seus corpos e rostos.

Em rituais xamânicos, os Yanomami aplicam pinturas faciais específicas que acreditam facilitar a comunicação com os espíritos da floresta. Estas pinturas são consideradas uma forma de proteção espiritual e um meio de canalizar energias sobrenaturais. Durante cerimônias de cura, o xamã pode aplicar padrões específicos vistos como propriedades curativas.

Além disso, os Yanomami usam pinturas corporais em ritos de passagem, como a primeira menstruação de uma menina ou a iniciação de um jovem caçador. Cada padrão e cor tem um significado específico, transmitindo informações sobre o status social, estado civil e até mesmo o humor do indivíduo.

É importante notar que, para os Yanomami, assim como para muitas outras tribos amazônicas, a "maquiagem" não é vista como algo separado da pessoa - é uma extensão de seu ser, uma segunda pele que conta sua história e lugar na comunidade.

Os Ashaninka são conhecidos por suas pinturas faciais elaboradas, que mudam conforme a ocasião - seja para guerra, celebrações ou ritos de passagem. Os Munduruku, por sua vez, utilizam tatuagens faciais permanentes como marca de sua identidade tribal.

Estas práticas ancestrais nos lembram que a maquiagem, em sua essência mais pura, é uma forma de comunicação não-verbal, profundamente enraizada na cultura e na espiritualidade. As tradições dos povos indígenas da Amazônia oferecem uma perspectiva única sobre o poder transformador e comunicativo da maquiagem, muito além de sua função estética no mundo moderno.

Da margem do Nilo às florestas amazônicas, a maquiagem transcende o tempo e as culturas como uma poderosa forma de expressão. É uma linguagem universal que conta histórias, reflete status social, oferece proteção espiritual e celebra a identidade. Mas a jornada da maquiagem não para por aqui! No próximo post do nosso blog, mergulharemos nas transformações revolucionárias que a maquiagem experimentou no século XX. De Hollywood aos movimentos contraculturais, descobriremos como a indústria cosmética se reinventou e moldou a beleza moderna.